Infância não é palco: o alerta urgente sobre adultização, exploração e o direito de ser criança
- Social Bom Jesus

- 25 de ago.
- 2 min de leitura
Nas últimas semanas, o Brasil foi sacudido por uma denúncia que escancarou uma realidade preocupante: a adultização infantil. O vídeo publicado pelo influenciador Felca, intitulado Adultização, viralizou com mais de 45 milhões de visualizações e provocou uma onda de mobilização nas redes sociais, na mídia e até no Congresso Nacional.

Mas afinal, o que é adultização infantil?
É o processo em que crianças são expostas a comportamentos, linguagens, roupas e contextos que não correspondem à sua idade. Isso pode acontecer por meio da mídia, das redes sociais, da publicidade ou até mesmo em ambientes familiares. A criança passa a ser tratada como um “mini adulto”, perdendo o direito ao tempo da infância, aquele espaço de brincar, aprender e se desenvolver com segurança.
A primeira infância, do nascimento até os 6 anos, é uma fase decisiva para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. É nesse período que se formam as bases da personalidade, da autoestima e da capacidade de se relacionar com o mundo.
A adultização nesse estágio pode comprometer:
• A construção da identidade
• A percepção de limites e segurança
• O desenvolvimento emocional saudável
• A capacidade de confiar em adultos e instituições
O impacto do vídeo de Felca sobre Adultização
Segundo dados da Quaest, entre os dias 6 e 13 de agosto de 2025, foram registradas 1,06 milhão de menções ao tema nas redes sociais, com uma média de 5.500 publicações por hora. A repercussão foi tão intensa que levou à prisão de influenciadores envolvidos em exploração infantil e à criação de projetos de lei para regulamentar o uso da imagem de menores nas plataformas digitais.
A adultização infantil não é apenas um fenômeno digital. Ela se conecta a problemas estruturais como:
Trabalho infantil: Mais de 1 milhão de crianças e adolescentes ainda trabalham no Brasil, segundo o IBGE.
Cultura do consumo: Crianças são pressionadas a seguir padrões estéticos e comportamentais adultos, influenciadas por algoritmos e conteúdos que priorizam engajamento.
Falta de regulamentação: As redes sociais ainda operam com pouca transparência sobre o uso da imagem infantil e os riscos associados.
A exposição indevida de crianças em ambientes digitais não é apenas uma questão estética ou cultural, é uma porta aberta para a exploração sexual. Perfis que sexualizam a infância alimentam algoritmos e atraem públicos perigosos, colocando em risco a integridade física e emocional dos menores.
A pedofilia online é um crime silencioso, muitas vezes disfarçado de entretenimento. E combater esse tipo de conteúdo exige regulação, denúncia e educação.
O papel da sociedade civil
No Social Bom Jesus, acreditamos que infância é prioridade. Por isso, reforçamos nosso compromisso com:
A formação de famílias e educadores sobre o uso consciente e os riscos da exposição digital
A criação de ambientes seguros e afetivos para o desenvolvimento infantil
A defesa de políticas públicas que protejam crianças e adolescentes da exploração midiática
Ações de proteção, escuta e acolhimento para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Fortalecimento de vínculos familiares e comunitários
Defesa ativa dos direitos humanos e da infância
Infância não é conteúdo. Não é engajamento. Não é mercadoria.
É tempo de cuidado, respeito e proteção.
Que esse debate não seja passageiro. Que ele gere mudanças reais.
Porque proteger a infância é proteger o futuro.




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